5.7.08

Azul

Havia uma luz diferente naqueles olhos. Se fosse uma pessoa tímida, diria que estar assim, debaixo daquele faixo, me deixaria totalmente envergonhada. Por sorte não foi o que ocorreu. A noite era plena, fazia um tempo maravilhoso, havia muita comemoração pelas ruas, bandeiras sendo agitadas aqui e ali e pessoas se abraçando e se felicitando todo o tempo. Não era Reveillón. Não era Natal. Nem era uma festa religiosa. Simplesmente se comemorava um campeonato de futebol. O motivo era mais que perfeito para estar com os amigos, a beber, sorrir e festejar. Fizemos tudo isso. Até que esta luz chegou a mim, de forma inequívoca. Firme, forte definitivamente assertiva. De pronto não tive muito o que fazer, apenas aproveitá-la e, se possível, num outro momento, desfrutá-la de outra forma. Dias depois voltamos, todos do grupo, a nos reunir. Sabia que aquela luz novamente brilhava para mim. Eu já nem me recordava como era ser abordada dessa forma por um homem. Então ele veio e me cobriu de beijos, abraços e de azul. Aqueles olhos...eu sentia que podia me perder naquela profundidade. Eu queria me perder. Mas eu não podia. Depois de muita insistência nos despedimos, era tarde e eu precisava descansar. Fui para a cama com a imagem daqueles olhos. E na boca um gosto de azul.

Um comentário:

José Rosa (ZeRo S/A) disse...

Adorei... muito lindo... poético...