9.5.08

Rápidas

Hoje vejo mais claramente o que realmente ele buscava quando tivemos coragem de sermos adultos e dar cabo de nossa relação. Poucos dias depois ele já estava de braços e lábios dados com outra mulher. Preferiu ele a tranqüilidade de atos pensados, a certeza das reações aguardadas e a ausência de beleza que provoca a uma mulher mais jovem, mais bela, mais pulsantemente intempestiva. Quisera ele a sorte de um amor tranqüilo. Quisera eu ter dado este passo antes.

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Reapareceu como se tivéssemos nos visto ontem. Sorria e falava como sempre, porém já bastante influenciado pelo álcool. Caminhando juntos pela rua, madrugada alta, disse-me que imaginava-nos como um casal, que seria o máximo eu ser a garota dele. Que namoradas ele tinha e podia arrumar aos baldes (eu bem já sabia) mas que comigo seria diferente. Um papo meio de cafajeste mas que pela boca dele soava como a descoberta de um jovem rapaz. Saímos a beber, falar e nos procurar com mãos, línguas, pernas. Na manhã seguinte despediu-se com a mesma de sempre: "mais tarde eu passo lá". Não voltou até agora.

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Não tínhamos contato há algum tempo, já. Depois de lhe contar sobre a viagem para a Europa e ele ter me dar uma força tremenda, voltamos a conversar dia desses. Disse-me que estava pensando em voltar a morar fora, que se tudo saísse conforme o esperado já deixaria o país com emprego certo do outro lado do oceano. Achei ótimo e para não perder o comentário ainda pedi uma boquinha dessas para mim. Meu espanto maior foi saber que, se tudo der certo para ele, também já saio daqui com o ganha-pão garantido. Um amigo me dizia, na seqüência: "é Deus quem está falando...você não pode mesmo mais viver aqui. Seu lugar é o mundo." Achei engraçado. Será mesmo que Ele quer me dizer algo?

Um comentário:

Adriádene disse...

Sempre disse que o mundo é seu, garota! Independente de já sair daqui com o ganha-pão garantido ou não!