23.1.07

Remoçando

É engraçado ver que por mais que eu deixe de ter certas atitudes por um longo tempo, quando penso em voltar a realiza-las percebo que não esqueci como é que se faz. Foi assim que tudo começou. Olhei para ele e pensei: “gostei dessa figura”. Um olhar corresponde ao outro e daí para a conversa não se leva muito tempo. Na minha solteirice convicta no início de meus vinte e poucos anos isso era coisa corriqueira. Uma balada só era balada quando esse ritual era cumprido. Porém as atitudes sempre podem ser aprimoradas. O que antes não resistiria aos primeiros impulsos, hoje revela-se mais calmo, maduro eu diria. Porém como o que tem de ser, tem de ser e ponto, voltamos a nos encontrar. Por iniciativa dele. Conversas regadas a um bom chopp gelado na noite da cidade. Já estava tudo muito bom, tudo muito bem. Mas, é claro, resolvemos melhorar tudo. E me senti remoçar uns 12 anos ao sentir aquela boca tocar a minha, ambos de pé sobre o meio fio. Depois, as janelas do carro embaçando com a respiração quente de ambos. A língua, quente e úmida, passeava pelo pescoço, levemente escorria para um lado das costas. A pele na pele, as carícias mútuas, o calor dos sexos implorando por mais. Dessa vez, não. E ficamos assim, aos beijos e abraços e esperando o bis. E o além.

Um comentário:

Unknown disse...

bis, mais uma vez e o infinito, às vezes podem ser a mesma coisa. um bjo