1.8.06
Escape
Não sei se todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite, só posso mesmo responder por mim. Eu esperava encontrar algo. Uma companhia, talvez beijos quentes, mãos bobas...ah, tanta coisa. No fundo tentava aplacar uma profunda solidão perdendo-me em braços alheios. Ocupar-me de alguém servia como analgésico para a dor da perda. Com o tempo descobri que beber também ajudava bastante. Então saí naquela noite de sábado disposta a esquecer, nem que fosse por algumas horas, aquele tormento inseparável, e fui parar no balcão de um bar. Comecei minha bebedeira acompanhada de muitos cigarros. A música alta contribuída para silenciar algum pensamento furtivo. Muitos copos depois mirei num alvo, e acertei. Passamos a noite juntos num motel. Foi ótimo, ele era muito ótimo de cama, além de ter um senso de humor incrível. Na manhã seguinte nos despedimos e nunca mais nos falamos. Acho mesmo que não teríamos assunto. E mais uma noite dediquei-me ao árduo trabalho de afogar as mágoas. Pena que com o tempo elas aprenderam a nadar.
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5 comentários:
mágoas, por vezes, são bóias...
Mágoas são restos de um tempo-tormenta passado... Deixe-as ir...
Brigada pela visita, viu? Volte sempre que desejar... Será sempre bem-vinda... Tambpem virei por aqui...
Beijos!
:)
...e a gente tenta acabar com elas
do mesmo jeito...
...ou de jeito pior...
Acabei de deixar esse comentário em uma poesia do Moacir e achei que ele também servia nesse escape... não gosto de copy&paste... mas: ...
Não serei falso puritano. Não te direi, minha amiga, que jamais me deitei com dona Tristeza. Te confesso que muitas vezes até fui eu quem a cortejou. Pouca luz, pouca gente, pouco assunto... esse foi sempre o nosso mundo. Mas o sol... e talvez só o sol, disso nunca soube e não há de chegar o dia em que a visão de um abraço ou afago por ventura ele nos roube..
Um dia elas irão secar... :)
Obrigada pela visita no blog de 7!
Beijos...
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