16.8.06

Consolação

Naqueles dias*, a melancolia se fez senhora de mim. Uma dor fina e constante pairava em meu ser, liquidando meu peito. Por mais que eu tivesse argumentos para contorná-la, meu íntimo se tornara surdo para tais explicações. Ele queria mesmo era se manter naquele estado cinzento. Durante dias chorava em qualquer parte. A caminho do trabalho, em casa, em frente ao monitor. Quando acontecia de as lágrimas se precipitarem das órbitas durante o banho, era como se elas, e não a água que vinha do chuveiro, me lavassem. Vinha naquela terça-feira mais triste ainda, chorando ainda mais dolorosamente. Pela fortaleza que gostaria de ser e não consigo, pelos filhos que (ainda) não tive, pelos amores desprezados. Meu novo (?) bem-querer rondava meus pensamentos e poderia até dizer que era ele a razão de tantos ais. Mas na verdade, ele nunca foi motivo de tristeza. De repente, um telefonema. Estava ele a pensar em mim. Chorei ao ouvir a voz cálida do outro lado da linha. Como não poderia ter o corpo ao alcance, consolei-me com uma barra de chocolate e dois dedos na vagina.

*naqueles, nestes, quem sabe nos próximos?

5 comentários:

Anônimo disse...

lembrava deste texto... adorei reve-lo escrito aqui!

Anônimo disse...

Ahr, não... Hoje tive um dia cheio, mulher...

Até mais, Morenaça!

Anônimo disse...

Fejones tá linkado aqui! =)

Demorô! =P
Digo... Valeu!!! =)

Bjo!

mg6es disse...

há vez
que a voz
vem em nós
e os desata.


intenso!

[]´s

Anônimo disse...

Me inspirou... olha lá no meu blog!