23.3.06
Noite Paulistana II
Nossos encontros sempre rendiam olhadelas de soslaio, sorrisos descaídos pelo canto dos lábios e conversas inacabadas. O primeiro convite declinei. Um charminho naquele momento caía bem. O segundo não pude. Ao pegar em meu braço, com a delicadeza dos machos conhecedores do desejo feminino, foi impossível dizer não. Muitos chopps e long necks depois fui parar em uma balada diferente. Não conseguia entender onde estavam todos, já que a pista estava vazia. Ao caminhar por corredores mal iluminados, onde cheiros misturavam-se com grande facilidade. Homens penetrando mulheres, mulheres chupando homens, mãos deslizando por orifícios, gozos insanos...Fui parar numa saleta. Nela, apenas um sofá-cama, uma grande janela de vidro, ele e eu. Gemidos podiam ser ouvidos em toda parte, juntamente com uma leva de respirações aceleradas, palavrões e sons de tapas e outros carinhos que só cabem em momentos como aqueles. A platéia que se formou à frente só fazia aumentar nosso prazer. Ele esmerava-se nas performances. Eu delirava. Ainda no carro quis sexo mais uma vez. Naquela noite perdi as contas de quantas vezes transamos. E perdi a conta de quantos corpos nus, enlaçados em gozo, percorri com os olhos. Não segui a proposta da casa, da troca de par. Não se fez necessário. Em momento algum.
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5 comentários:
Delírio! Fico só imaginando a sensação de visitar um lugar desses. A idéia de ser visto, adimirado enquanto nos entregamos ao prazer parece ótima... mas acredito que não resistiria a proposta da troca....
O bom e velho estilo de outros "submundos" ressurge com toda energia... Que bom!
Oi, bela Morena!
Vc se ofereceu p/ me ajudar e eu ñ vou recusar! Suas idéias serão muito bem-vindas!
Olá Maia, ainda não conhecia o seu espaço, mas estou a gostar imenso de ler os seus artigos!
Até breve,
Daniela
ver seu desejo refletido nos olhos de outrem...
ver-se refletida nas pupilas famintas de eles e elas...
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