25.11.05

Estalo

Tudo que eu não precisava naquele momento era me envolver com alguém. Eu estava quebrada. Abandonada, desempregada, em tratamento. Eu precisava cuidar de mim e acabei esquecendo este pequeno detalhe quando nos trombamos. Ele: mesma idade, magro demais para o corpo que tinha, castanho em todos os sentidos. Agarrou-me numa sexta-feira e não nos desgrudamos pelas duas semanas seguintes. A magreza ele tentava combater com exercícios e anabolizantes. Tornei-me enfermeira sem querer. Tentei entender. Difícil...Fomos para cama e o sonho acabou. Não imaginava tamanha decepção, não queria nada a não ser esquecer de tudo, dele, de mim. Tentei apenas o beijo, mas ele queria mais. Queria minha boca, mas não só ela. Queria meu corpo, meus pensamentos e tudo o mais. Não pude. Traição, sofrimento, dor. Depois de um breve afastamento reatamos. O mesmo filme. Na saída de uma festa o ponto alto da fita: ele me xingou, puxou-me pelo braço e finalmente eu acordei.

3 comentários:

Anônimo disse...

Acordar dói, mas às vezes é necessário...
Sonhos são bons, mas machucam...

Anônimo disse...

Olá dona Maria Morena... não vou comentar esse texto, pois acabo de vir lá de trás, lendo de 6 de outubro para cá... Adorei os textos, todos, e principalmente saber que o texto é sempre mais forte... Beijos e seja feliz...

Anônimo disse...

Santa Maria... ô morena, quer uma ajuda pra escrever?