18.10.05

Bonzinho

Encontrei-o por acaso (ainda me pergunto se esse tal de acaso realmente existe) na web. Ou ele me encontrara. Naquela época, andava eu meio estabanada com meus próprios atos e pensamentos. Para ser franca, não esperava nada daquele envolvimento. Deixei simplesmente a coisa rolar para ver o que ia acontecer. Desse no que desse para mim não tinha a menor importância. Primeiro conversamos muito pelo MSN, depois nos encontramos. E para minha surpresa ele não tentou, diferente dos demais exemplares deste sexo, me levar para a cama logo de cara. Achei magnífico encontrar um homem assim nos dias de hoje. Saímos ainda duas vezes para que rolasse um beijo. E que beijo! Depois engrenamos um romancezinho, nada demais. Mas algo pairava no ar. Ele era bonito, atencioso, carinhoso. Minhas amigas acreditavam que ele era o namorado perfeito. Menos eu. Depois de alguns encontros, ele mantinha-se respeitoso demais para os meus padrões. Numa noite, fomos dançar. Bebemos e eu, desacostumada à vodka pura, acabei deixando vir à tona meu verdadeiro eu. Beijei outro na frente dele. E ele? Superou todas as expectativas: tentou me entender, me justificar (como se fosse possível). Terminamos a noite assim: ele me carregando até a porta de casa, com o irmão a ajudá-lo, enquanto eu tentava dormir. No dia seguinte ele chorava, em meu ombro, o fim de um namoro fadado ao fracasso. Homens bonzinhos nunca são devidamente respeitados.

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