4.11.05

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Ele dizia que me amava, e eu dizia o mesmo a ele. Nosso namoro não era o que se podia chamar de mar-de-rosas, mas era bom. Tínhamos cumplicidade, amizade, desejo, enfim, quase todos os pré-requisitos necessários para um namoro feliz. Mas entravam nele também as minhas persistentes paranóias com fantasmas do passado, ciúme retroativo que não serve (nem nunca serviu) pra nada além de sofrimento. Numa noite, sem muito rodeio, a decisão que não podia ser retardada. Era hora de nos separarmos. Fomos gentis um com o outro, houve lágrimas e uma singela despedida Pouco tempo depois, numa consulta de rotina ao ginecologista, descubro que não estava sozinha. Diagnóstico: HPV. Sim, ele me traia. E me amava mesmo assim. Eu também.

Um comentário:

Anônimo disse...

forte... como sempre!
e belo... como sempre!