A Copa

Aquela era a “Copa de pijama”. Acordávamos no meio da madrugada (ou nem dormíamos) para acompanhar pela telinha cada lance da seleção canarinha. E bem naquela época eu estava de namorado novo, aproveitando qualquer oportunidade para ficar juntinho dele, beijando na boca. Para não perder os jogos, deitávamos na cama e fazíamos amor até o juiz apitar o início da partida. A grande final aconteceu numa manhã de domingo. Eu estava em casa e fui acordada por meu pai, ensandecido de tanto gritar. Já haviam se passado mais de 10 minutos e ele tentava me acordar. Pulei da cama e não me arrependi. Gritei e comemorei como louca os dois gols do Brasil em cima da Alemanha. Naquele tempo eu trabalhava aos finais de semana, mas naquele domingão não fiz a menor questão de labutar. Queria mais era sentar na mesa de um bar e beber aquela vitória. O dia estava lindo, fazia um sol gostoso e todo mundo queria se unir para festejar. Nem meu chefe reclamou a ausência. Realmente, se Deus não é brasileiro, pelo menos torceu por nós naquele dia.