7.10.05
Adeus
Era tarde de domingo. Debaixo de uma chuva fria e contínua, saí para caminhar pelas ruas do bairro. De camisola, pés descalços, cabelo ao vento, segui firme em meu propósito. Sob olhares atônitos, andei a passos lentos até chegar ao parque. A despedida deveria ser exatamente como eu imaginei: no cenário perfeito e com o espírito decidido. Cavei a terra úmida da árvore mais frondosa que encontrei e coloquei no pequeno buraco um retrato 3 x 4. Joguei terra por cima. Limpei o barro na camisola e arrumei os cabelos, botei um sorriso no rosto e uma lágrima no canto dos olhos. Ali começava uma nova vida. Eu acabara de dar adeus ao meu eu renegado.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário